6º capítulo - Ele era apenas meu...


6º CAPÍTULO.


Eu estava caminhando em direção à praça do bairro, até que ouço alguém gritar meu nome.
Diego: Bruna, Bruna. – Disse correndo e com a respiração ofegante, o que me fez rir.

Bruna: Diego? O que faz por aqui?
Diego: Eu estava andando por ai e te vi de longe.
Bruna: Nossa. – eu ri.
Diego: Quer tomar um sorvete?
Bruna: É o que eu estava pretendendo.
Diego: Isso é um sim?
Bruna: É.

Logo chegamos na praça, onde descolamos os sorvetes com um cara da barraquinha.
Diego: E ae, vai fazer algo essa noite?
Bruna: Não sei, nada nos meus planos por enquanto.
Diego: Hum. - Eu o vi me olhando e rindo disfarçadamente, então resolvi perguntar.
Bru: Do que esta rindo?
Felipe: Você parece uma criança uma linda criança no corpo de uma mulher. - Só faltou um destaque de um ponto de interrogação na minha testa, realmente não havia entendido o que ele queria dizer.
Bru: Por favor, seja mais claro.
Diego: Você esta totalmente suja de sorvete.
Bru: Nossa, que mico! - Ri sem graça, enquanto tentava me limpar, sem tanto sucesso.
Diego: Nada, eu limpo pra você.
Eu deixei, né!? Ele tocou meu rosto, o limpava com o maior cuidado, percebia que se aproximava cada vez mais de mim, seu olhar era fixo aos meus, e num movimento rápido, seus lábios já estavam grudados aos meus. Diego trazia meu corpo junto ao dele com uma certa vontade, minhas mãos estavam apoiadas em seus ombros. Ele me beijava como se aquele fosse o último beijo de sua vida, estava bom, ou melhor, ótimo!
Estava escuro, e eu realmente precisava ir pra casa. Interrompi o beijo com uma mordida em seu lábio.
Bru: Di, preciso ir.
Diego: Por quê?
Bru: Eu disse pra minha tia que não voltaria tarde.
Diego: Fica mais um pouco. - Fez uma carinha de criança pidona, que vontade de levar pra casa.
Bru: Não posso, Di.
Diego: Tá certo... pelo menos posso te levar pra casa? - Me olhava, enquanto acariciava meu rosto com a ponta de seus dedos.

Saímos da praça de mãos dadas, Diego me fazia rir com facilidade. Não pude deixar que Felipe nos visse, até porque ele ficaria uma pilha comigo, então, resolvi me despedir de Di logo já na esquina.
Bru: Di pode ir. Obrigada, tá? -
Diego: Não precisa agradecer. Faria isso sempre. - Ele piscou e eu me despedi dando um beijinho em sua bochehca. - Poxa, isso não é uma despedida, pra mim tem que ser assim...

Di agarrou minha cintura, e novamente estávamos nos beijando, dessa vez era um beijo mais intenso, uma pegação, digamos assim. Percebi a malícia de Diego pelas suas carícias, e logo o interrompi.
Diego: Posso da uma passadinha aqui amanhã?
Bru: Não sei, talvez.
Diego: Me liga qualquer coisa.
Bru: Ok. - Disse enquanto Diego puxava o celular de meu bolso e anotava o seu número de telefone.
Diego: Boa noite amor. - Ele disse sorridente.
Bru: Boa noite, Di! - Mandei um beijo no ar, enquanto caminhava em direção a porta de casa.


Entrei e nenhum sinal da minha tia na sala, talvez estivesse lá em cima, descansando. Felipe assistia a uma partida de futebol ali mesmo. Eu tentei não fazer barulho para que o interrogatório não começasse, mas deixei minhas chaves cairem sobre a mesa, o que fez com que ele me olhasse.

Felipe: Tava bom o sorvete, né?
Bru: Muito. - Respondi enquanto me aproximava.
Felipe: Posso até imaginar o que rolou depois desse sorvete e com quem!
Bru: Fê. -Ele me olhou.
Felipe: O que?
Bru: Eu acabei encontrando uma colega da minha turma e ficamos conversando. - Eu não podia contar a verdade.
Felipe: E não viu anoitecer?
Bru: Exatamente.
Felipe: Hum.
Depois dessa mini crise de ciúme, subi e fui tomar um banho pra tirar o melado de sorvete. Assim que sai, vesti um pijama, deitei na cama e liguei o notebook, não havia muito o que fazer. Entrei no MSN, e logo Ana me chamou:

Ana: Oi amor.
Bru: Oi meu bem.
Ana: Liguei aí e Felipe disse que você não estava.
Bru: Eu tinha ido à pracinha, ele deve ter se esquecido de dar o recado.
Ana:)
Bru: Amor vou sair, depois volto beijos te amo.
-Bru esta offline-
Desci as escadas e fui direto pra sala, onde esperava encontrar apenas o Felipe, ouvia várias risadas altas e eu sorri ao perceber que era minha tia e o Fê.

Bru: Do que estão rindo? - Perguntei enquanto me aproximava dos dois.
Márcia: Estamos vendo umas fotos de quando o Lipe era pequeno e só vivia andando pelado. - Ela disse enquanto ria.

Peguei uma das fotos que estavam espalhadas na mesa, e que coisinha mais fofa, ele não mudou quase nada, continua lindo! Nada mudou, só se desenvolveu, se é que me entende. O mesmo cabelo preto e arrepiado, uma carinha de sapeca e um sorriso encantador. - Apenas sorri, Felipe apenas me encarava. Me sentei ao lado de minha tia. O momento em família foi estragado pelo toque do celular do Fê.
Felipe: Ah, atende pra mim, dona Márcia. - Ele disse num tom baixo. Minha tia apenas concordou e atendeu o celular. Eu fiquei revirando aquelas fotos, cada uma mais fofa que a outra.
Márcia: Alô!?
Bia: Alô, o Felipe está?
Marcia: Quem deseja?
Bia: A namorada dele!
Marcia: Ah, pois não, sou a mãe dele.
Bia: Minha sogra, poderia chamá-lo pra mim?
Marcia: Ah claro meu anjo. -ela pôs a mão no celular pra que a 'pessoa' do outro lado da linha não a escutasse: Lipe, meu filho, porque não me disse que estava namorando?

Pronto, minha noite se fechou com chave de ouro! Como o Felipe pôde me tratar como princesa, e estar namorando? Estava me sentindo usada. Filho da puta! Me levantei antes que Felipe respondesse, acabei deixando algumas fotos cairem de tanta raiva enquanto subia as escadas correndo. Entrei no quarto e tranquei a porta, não queria ver e nem ouvir ninguém! Por mim, o Felipe poderia nunca mais olhar na minha cara, eu não me importaria! :@

Enquanto isso lá embaixo...

Márcia: O que houve com ela? - Perguntou preocupada comigo.
Felipe: Talvez esteja passando mal.
Marcia: Vai atender ou não?
Felipe: Vou mãe. - Ele disse enquanto pegava o celular.

-inicio da ligação-
Felipe: Fala Bia.
Bia: Oi meu amor. Fiquei com saudades e resolvi ligar.
Felipe: Hum, eu também estava com saudades.
Bia: Vamos da uma saidinha?
Felipe: Pô, não sei.
Bia: Eu sei que você não esta fazendo nada, não custa né? Vamos meu delicinha!
Felipe: Tá bom, Bia. Só vou pegar minha blusa e to indo ai.
Bia: Oba! Tô esperando, amo você.
-ligação finalizada-

Felipe: mãe, to saindo e não tenho hora pra voltar. - Felipe foi se levantando enquanto pegava a blusa que estava na poltrona

Márcia: Juízo, mocinho! - Disse emburrada, enquanto Fê saia pela porta em altas gargalhadas.

Minha tia desligou a TV, juntou as fotos que estavam espalhadas e as guardou numa caixa de detalhes vermelhos. Se lembrou do que havia acontecido, e subiu em direção ao meu quarto. Bateu em minha porta e eu não quis atender, pensei que fosse o Fê querendo me enrolar com os seus papiphos idiotas que certamente eu cairia.

Márcia: Bruna, você está bem minha querida? - Ela estava apreensiva, e eu respondi apenas para tentar tranquiliza-la.

Bru: Sim, tia. Estou bem sim!
Márcia: Abre pra mim?- Imediatamente sequei as lágrimas que insistiam em cair, suspirei e abri a porta, e ela reparou nos meus olhos enchados e envermelhados.
Márcia: Querida! Você estava chorando?
Bru: Não tia, caiu alguma coisa no meu olho só isso. - Cara, essa era a desculpa mais esdruxula que alguém poderia dar a alguém, mas foi a única coisa que eu consegui pensar na hora.
Márcia: Não adianta mentir, eu te conheço melhor que você mesmo! – Pois é, ela me conhecia muito bem.
Bru: Não é nada, eu juro! - Insisti na mentira. "Se você soubesse o quanto amo seu filho", pensei.
Márcia: OK. Estarei lá embaixo se precisar de alguma coisa. - Fez uma cara de desconfiada e me deu um beijo na testa.
Bru: Qualquer coisa eu te chamo, tia. Te amo!
Márcia: Eu também minha querida. - E logo saiu do meu quarto. Cheguei a conclusão de que estava sendo uma completa boba! De que adiantava eu estar ali, chorando pelo Felipe, enquanto ele estava lá, se dirvertindo com a Biscate? Sequei minhas lágrimas novamente, deslizei pela cama, peguei meu celular e fui discando o número do Di. Felipe quer brincar, então entrarei nessa brincadeira. Diego atendeu o celular no terceiro toque e com aquela voz de quem acaba de acordar.

Diego: Alô?
Bru: Oi Di. - Ele conhecia minha voz muito bem.
Diego: Oi amor, eu já esperava essa ligação. - eu ri.
Bru: Te acordei? Tu tá com voz de quem acabou de acordar. Desculpa.
Diego: Bem, mais ou menos, mas não importa.
Bru: Ah, ok. Então, liguei pra dizer que amanhã não irei fazer nada, se quiser vir me ver, tudo bem. - Falei com uma voz de manhosa. Se eu queria provocar? Talvez...

Diego: Eu sabia Linda! Que horas posso ir?
Bru: A hora que você quiser.
Diego: Às 8 da noite estarei ai.
Bru: Marcado! Agora vou dormir, beijo!
Diego: Beijos.
-ligação finalizada-

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